quarta-feira, 28 de março de 2012

Capítulo 10: O aeroporto dos mortos. Parte 1

Aeroporto Internacional próximo à Bayherd: 7:37 p.m.

    - Os aviões vindos de Tóquio, Paris, Milão e Moscou acabaram de chegar – informou a voz vinda do alto-falante do aeroporto. – Familiares dos passageiros a bordo: aguardar no Saguão de Espera.
    Do avião vindo de Tóquio saiu Shizuki Hoshimuro, o policial japonês chamado pela SWAT para participar de uma missão.
    “Finalmente cheguei”, pensou. Depois olhou para o relógio de um telão do aeroporto: “Estou muito atrasado”, observou, “Agora é só procurar o departamento por essa cidade grande”.
    Então Shizuki chamou a atenção de um homem que estava na grande fila da bilheteria, e perguntou num inglês perfeito:
    - Desculpe incomodar, amigo. Poderia me dizer onde fica a delegacia da SWAT?
    - Por aqui não há nenhuma, cara – respondeu o rapaz. – A mais próxima fica em Nova York!
    Shizuki estranhou:
    - Mas aqui não é Nova Yor… Ah, droga! – lamentou o policial depois de passar alguma coisa por sua cabeça. – Por isso que eu cheguei atrasado, pois peguei o vôo errado!!
    - O vôo errado? – falou o homem com ironia – Quer uma dica, amigo? Pegue outro vôo e dê o fora daqui!
    - Hã? – surpreendeu-se Shizuki depois de ver o desespero com que falava o rapaz – Mas por quê?
    - Você percebeu que o aeroporto está lotado?… – então Shizuki olhou em sua volta, o aeroporto inteiro e viu que era verdade. O homem continuou: – Todas estas pessoas estão aqui para tentar fugir da cidade…
    Olhando a multidão, o policial percebeu duas crianças com rostos incomuns e ambas agindo muito estranho.
    - Mas o que é aquilo? – perguntou a si próprio – Parece que aquelas crianças são… MORTOS-VIVOS!!
    Daí ele foi até elas bem preparado para o ataque:
    - Ei, vocês!
    - Oi, senhor!!! – falou uma das crianças. As duas crianças tiraram suas máscaras de zumbis.
    - Que foi, moço? – perguntou a outra, o mais velho dos dois meninos – Quer alguma coisa?
    - Não, não – falou Shizuki sem graça depois do alívio. – Nada. Esqueçam.
    Mas ao se virar, ele viu um homem saindo do banheiro masculino. Ele estava com a mesma aparência que tinham as crianças quando estavam de máscaras: rosto pálido e muito danificado, olhos sem íris e agindo lentamente, porém ao mesmo tempo selvagem. Mas o homem estava “fantasiado por completo”, ou seja, o corpo inteiro. Ele usava roupas velhas e rasgadas, com marcas de sangue, etc.
    “Que patético”, pensou Shizuki.
    Então o homem começou a andar lentamente em sua direção. Quando chegou perto:
    - O que você quer? – perguntou o policial ao homem – Não acha que está grande demais para usar essas máscaras e sair brincando por aí?
    O homem não respondeu, apenas rosnou.
    Shizuki o ignorou e se virou.
    De repente o indivíduo atacou o japonês com uma tentativa de mordida, mas o policial desviou-se a tempo e deu-lhe um chute, assim derrubando-o. Shizuki espantou-se depois de lembrar:
    - Agora entendi o que aquele cara estava dizendo quando disse que todos estavam fugindo da cidade.
    Então o zumbi que o policial derrubara deu uma mordida em sua perna:
    - Aaaaaai, minha perna! – gritou ele – Desgraçado! Vai pagar!!
    Furioso, Shizuki deu um chute na cabeça do morto-vivo, fazendo seu globo voar pelos ares.
    Ao olhar em volta, o policial percebeu que os outros zumbis que haviam saído do banheiro estavam agora atacando as pessoas do aeroporto.
    Era um corre-corre… Pessoas pra lá e pra cá. Desesperadas. Algumas parcialmente salvas. Outras morrendo sendo devoradas. Era um caos para todo o lado!
    -Vamos morrer! – gritavam algumas.
    - Não desistam, corram!! – gritavam outras.
    - AAAAAAAARGH… – umas já estavam sendo devoradas
    - Socorro!! Alguém me ajude!! Socorroooooooo!!!!!
    Ouviu-se um tiro.
    Depois apareceram os seguranças.
    Mas não adiantou nada. Era um exército de centenas de zumbis, pois quando as pessoas morriam, segundos depois as mesmas levantavam e se tornavam iguais aos mortos-vivos.
    - Isso é uma doença? – se perguntou Shizuki correndo tentando se salvar em meio ao caos – As pessoas que são mordidas se tornam iguais àquelas que as mordera? – ele olhou para sua perna, que estava sangrando – Então quer dizer que eu…
    Antes que Shizuki concluísse sua fala, um zumbi o agarrou.
    - Me solta, seu monstro! – gritou.
    Mas quando o zumbi ia mordê-lo, o policial conseguiu se soltar e, rapidamente, tirou sua espada das costas, depois cortou o morto-vivo ao meio. Em seguida vieram vários em sua direção.
    Não demorou muito e o rapaz já havia acabado com todos.
    Enquanto isso, um chefe de segurança do aeroporto fazia comunicação via rádio no balcão com os aviões que teriam o aeroporto como destino:
    - Não pousem aqui! – dizia desesperado – Desviem a rota! Este aeroporto está tomado pelos zumbis! – de repente apareceu um zumbi atrás dele, assim o agarrando e o devorando: - AAAAAARGH… – gritou enquanto morria. Então o rádio ficou ligado, com a pessoa atrás da outra linha gritando, perguntando se ele ainda estava lá.

    - Minha perna está doendo muito! – murmurava Shizuki, ainda correndo sem direção, desviando dos zumbis – Tenho que sair daqui o quanto antes! São muitos! Tenho que fugir!!
    Shizuki estava cercado por todos os lados, exceto por um: o banheiro feminino.
    Ele não pensou duas vezes e entrou lá.
    Ao entrar ele logo trancou a porta. Enquanto os zumbis tentavam arrombá-la, ele recarregava seu revólver:
    -Tenho que dar um jeito de fugir desse pesadelo – falava enquanto se armava.
    De repente surgiu uma voz masculina com sotaque francês de uma das cabines do banheiro:
    - Quem está aí?!
    Shizuki se assustou.
    Quem seria?
      

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